O câncer de mama, uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres brasileiras, está enfrentando uma nova linha de frente na Universidade Federal Fluminense (UFF). Um estudo liderado pelas pesquisadoras Maria Cecília Bastos, Fernanda Boechat e Letícia Villafranca revelou avanços significativos no tratamento desse tipo de câncer, que afeta especialmente as regiões sul e sudeste do Brasil.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama surgirão, reforçando a urgência de pesquisas inovadoras. As pesquisadoras da UFF adotaram uma abordagem única, utilizando modificações químicas em quinolonas, presentes em antibióticos, para induzir a morte de células cancerígenas.

Resultados e expectativas

Os resultados são promissores. As moléculas desenvolvidas no estudo demonstraram eficácia na inibição do crescimento de células tumorais de câncer de mama. Esse sucesso é atribuído ao mecanismo de “indução de estresse oxidativo”, que desencadeia a morte das células cancerígenas, resultando na erradicação do tumor.

Além disso, as substâncias estudadas revelaram-se seletivas, impactando positivamente apenas as células cancerígenas, sem apresentar toxicidade para as células saudáveis. Esse aspecto é crucial, reduzindo os desconfortos associados aos tratamentos oncológicos.

A pesquisa não se limitou ao câncer de mama. As quinolonas modificadas também foram analisadas quanto à sua eficácia contra vírus, incluindo HIV-1, arbovírus e coronavírus. Embora os resultados detalhados dessas análises estejam sob sigilo, a expectativa é de avanços significativos na frente antiviral.

Resistência a medicamentos

A resistência a medicamentos é uma preocupação central. A professora Fernanda destaca a importância contínua da pesquisa no câncer de mama, especialmente dada a capacidade das células tumorais de desenvolver resistência aos tratamentos existentes. A pesquisa não apenas oferece uma nova perspectiva no combate ao câncer de mama, mas também lança luz sobre possíveis avanços no tratamento de infecções virais.

Saiba mais

Esses esforços colaborativos, envolvendo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostram como a pesquisa científica pode impactar positivamente a sociedade. À medida que as pesquisadoras da UFF continuam a desbravar novos caminhos, a esperança de tratamentos mais eficazes e menos invasivos cresce, oferecendo um raio de esperança para pacientes e profissionais de saúde. Para mergulhar mais fundo nos detalhes dessa pesquisa inovadora, confira os artigos “4-oxoquinoline-3-carboxamide acyclonucleoside phosphonates hybrids” e “Selective AMPK activator leads to unfolded protein response downregulation and induces breast cancer cell death and autophagy”.

Fonte: Cidade de Niterói