Royalties do petróleo impulsionam economia de Niterói
A economia de Niterói deve passar por uma transformação significativa nos próximos anos graças à arrecadação de royalties do petróleo e participações especiais, que devem alcançar R$ 9,2 bilhões até 2029. Os valores são pagos por empresas que exploram petróleo no litoral do estado e utilizam a estrutura logística da região.
Somente em 2025, a estimativa é de que entrem R$ 2,15 bilhões nos cofres públicos, resultado da soma entre royalties (R$ 998 milhões) e participação especial (R$ 1,16 bilhão), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A previsão considera, ainda, a produção dos chamados campos gigantes de petróleo.
Além do impacto direto na receita, a indústria de óleo e gás está aquecendo diversos setores da economia local, especialmente o setor naval, que atualmente emprega mais de 15,8 mil pessoas em Niterói. A cidade já conta com encomendas para a construção de quatro navios e a produção de equipamentos submarinos. O número de empregos, ainda abaixo dos tempos anteriores à Operação Lava Jato — quando 20 mil pessoas atuavam nos estaleiros locais — apresenta sinais de recuperação.
Efeitos multiplicadores na economia local
A movimentação provocada pela indústria do petróleo não se limita aos estaleiros. Há também uma cadeia fornecedora especializada em engenharia, consultoria e fabricação de equipamentos técnicos. Esses segmentos, diretamente conectados à operação offshore, vêm registrando crescimento à medida que novas demandas surgem.
Com o aumento da presença de profissionais ligados ao setor, o comércio, a hotelaria, a gastronomia e o mercado imobiliário de Niterói também sentem os efeitos positivos. A busca por moradia e serviços aquece as vendas e estimula novos empreendimentos, especialmente na região central da cidade.
De acordo com especialistas, a arrecadação com o petróleo permite que o município invista em áreas como infraestrutura, saúde e educação, além de atrair novas empresas e gerar empregos indiretos. Essa dinâmica cria um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico.
Reconstrução do setor naval
O setor naval brasileiro ainda se recupera dos impactos causados pelas investigações da Lava Jato, que resultaram no fechamento de diversos estaleiros. Em 2014, o país contava com mais de 82 mil empregos diretos no setor; hoje, são 36.558 — sendo 15.804 em Niterói.
A retomada gradual das encomendas e a expectativa de investimentos contínuos trazem um cenário de reconstrução para os próximos anos. E Niterói, com sua tradição naval e localização estratégica, tem papel central nessa reativação.
Fonte: A Seguir
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